Rito Brasileiro

Foi introduzido oficialmente pelo Grande Oriente do Brasil em 1914, quando era Grão-Mestre Lauro Sodré.

Teve curta duração inicial, ficando sem uso até meados da década de 1940. De 1940 até a década de 1960, houve várias tentativas de reerguer o Rito, porém sem sucesso. Somente em 1968, sendo Grão-Mestre o professor Álvaro Palmeira, este Rito foi regularizado, sendo praticado por várias Lojas até aos dias atuais.

Adota a legenda Urbi et Orbi (até então usada privativamente pela Igreja Romana), que significa sua atuação nacional e internacional.

Tal como o Rito Escocês Antigo e Aceito, adota o sistema de 33 graus em seus ensinamentos, com três graus simbólicos e trinta graus filosóficos, mas com a diferença de que seus graus ditos filosóficos estudam temas atuais e relevantes.

O QUE É O RITO BRASILEIRO?
É um Rito Regular, já que acata os Landmarques e demais princípios tradicionais da Maçonaria, e os usos e costumes antigos. Com isso, pode ser praticado em qualquer país. Proclama a glória e a fraternidade dos homens, e estabelece, durante as sessões, a presença das três Grandes Luzes: o Livro da Lei Sagrada, o Esquadro e o Compasso, e emprega os símbolos da construção universal.
Sua base é a Maçonaria Simbólica universal(graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre). Sobre ela se eleva a Hierarquia de 30 Altos Graus (no grau 4 ao 33).

O Rito Brasileiro concilia a Tradição com a Evolução, para que, assim, a Maçonaria não se torne uma força esgotada.

Especializa-se no cultivo da Filosofia, Liturgia, Simbologia, História e Legislação maçônicas e estuda todos os grandes problemas nacionais e universais com implicações ou conseqüências no futuro da Pátria e da Humanidade. Realiza a indispensável cultura doutrinário-maçônica e também a cultura político-social dos Obreiros.

Impõe a pratica do Civismo em cada Pátria, porque a Maçonaria é supranacional, mas não pode ser desnacionalizante.

O Rito Brasileiro conviverá fraternalmente com todos os Ritos Regulares, através da intervisitação e da interfiliação. O Rito exige dos Obreiros a Vida Reta e o Espírito Fraterno e suas legendas são: - URBI ET ORBI e HOMO HOMINI FRATER.

Fala-se que o Rito Brasileiro teria tido uma origem aparentemente romântica em Pernambuco, quando o comerciante e maçom José Firmo Xavier pertencente a Grande Loja Provincial de Pernambuco, provavelmente pertencente ao Grande Oriente do Passeio, no século XVIII, segundo alguns autores em 1878 e segundo outros em data muito anterior ou seja mais ou menos em 1848, o qual com um contingente alem dele e mais 837 maçons, elaboraram uma Constituição Especial do Rito Brasileiro, colocando o mesmo sob a tutela de D.Pedro IIº e do Papa. Existem depositados na Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro, dois documentos que pertenceram à D.Pedro II que nos dão informações sobre esta entidade e que tem o seguinte enunciado:

“Const:.Maç:. do Esp:. Rit:. Braz:. de Nob:. e Aug:. Caz:. Cor:. Liv:. sob os Ausp:. de S:.M:.I:.S:.D:.P:.S:.I:.B:. meu Alt:. e Pod:.Gr:.da Ord:.Braz:. em todo o Circulo do Império Brazileiro— Offerecido S:.M:.I:.D:.P:.S:.I:. do Braz:.Alt:. e Pod:.Sen:.Gr:.Mest:. da Ordem Brazileira”.

Entretanto, a D.Pedro IIº que nunca foi maçom, José Firmo Xavier lhe outorgou o grau 23º, e o considerava o Grande Chefe Protetor, quanto a si, autointitulou-se com o título de Grande Chefe Propagador “ad vitan” sendo que, no caso de seu falecimento seria substituído por um Grande Chefe Conservador. Senão estranho, todavia, muito curioso e interessante.

Trata-se estes documentos de manuscritos que foram oferecidos ao Imperador, pensando que o mesmo aceitasse ser Grão-Mestre, ou no mínimo ser o Protetor deste movimento que pretendiam fundar. Entretanto, D.Pedro II°, muito embora nunca tenha sido inimigo da Maçonaria jamais pensou em ser maçom. Guardou os documentos e posteriormente os entregou à Imperatriz Dona Thereza Cristina Maria de Bourbon. Daí a explicação porque estes documentos estão no Museu Nacional, felizmente até certo ponto, porque se estivesse em algum arquivo ou biblioteca de algum maçom temos a certeza de que dificilmente teríamos notícia desta preciosidade. Aquele Rito, naquela ocasião não vingou, porque entre outras contradições, não aceitava que fossem iniciados pessoas que não fossem nascidas no Brasil, mostrando um nacionalismo inconseqüente e alem do mais, D.Pedro IIº não estava muito interessado em Maçonaria, apesar de seu pai ter sido maçom. Assim como, não tem lógica um rito maçônico se colocar sob a tutela do Imperador e do Papa.

Estamos mencionando este fato mais como uma citação, diga-se de passagem, porem sem considera-lo como um movimento maçônico propriamente dito, e sim como uma sociedade secreta nos moldes da Maçonaria para se colocar a serviço do Imperador e da religião católica, talvez até com fins políticos, ou ainda para obter as benesses do governo imperial.

Esta história caiu no esquecimento e este “Rito” que pretendiam fundar não deu certo. Mas, após iniciada a Primeira Grande Guerra Mundial em 1914, o Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil, o Irmão Lauro Sodré ( Lauro Nina Sodré e Silva, nascido em 17.10.1858 em Belém do Pará e falecido no Rio de Janeiro em 16.06.1944 – Iniciado na Loja “Harmonia” de Belém PA em 01.08.1888), através do Decreto n.º 500 datado de 23.12.1914, determina que, em reunião de 21.12.1914, o Ilustre Conselho Geral da Ordem aprovou o reconhecimento e incorporação do Rito Brasileiro entre os que compõem o Grande Oriente do Brasil, com os mesmos ônus e direito, regido liturgicamente pela sua Constituição particular.

Existem autores que ligam este fato à militares nacionalistas. Não nos parece provável, poderia até existir militares ligados à fundação do Rito, como sempre eles estiveram presentes no GOB em toda a sua existência não tanto por sua situação de militar, mas sim como verdadeiros maçons e idealistas da Ordem. Este é um fato inconteste que não se pode negar. Entretanto, não progrediu o Rito naquela época, mesmo seguindo-se mais dois Decretos complementares impondo e confirmando a legalidade do Rito assinados pelo Grão-Mestre Adjunto o Almirante Veríssimo José da Costa, que substituiu o Irmão Sodré após a sua renuncia para exercer o cargo de Governador do Pará, ou seja, o Decreto n.º 536 de 17.10.1916 em que ratificava o Decreto de Sodré afirmando pelo artigo l.º que: “Fica reconhecido, consagrado e autorizado o Rito Brasileiro criado e incorporado ao Grande Oriente do Brasil pelo Decreto n.º 500 de 23.12.1914”, e o Decreto n.º 554 de 13.06.1917 pelo qual em seu artigo único assim se referiu: “ Fica adotada e incorporada ao patrimônio da legislação do Grande Oriente do Brasil a Constituição do Rito Brasileiro contendo sua Declaração de princípios, Estatutos, Regulamentos, Rituais e Institutos”.

Refere-se que este Irmão estava muito empenhado na fundação do Rito e que talvez possa ter sido o principal incentivador da fundação do mesmo. Houve após, em realidade, um adormecimento temporário, já que tudo o que havia sido resolvido apenas se restringia no papel, sem lojas fundadas, sem rituais sem constituição e etc.. Era mais um movimento, de um grupo de Irmãos tentando fundar um novo Rito.

Fala-se que em 1919 o então Grão-Mestre, o Irmão Nilo Peçanha ( Iniciado na Loja “Ganganelli do Rio” em 11.l0.1901. Tomou posse em 21.07.1917,como Grão-Mestre do GOB. Havia sido Vice-Presidente da República gestão l906/l910, quando substituiu o Presidente do Brasil Afonso Pena, por falecimento deste, desde 14.06.1909 até 25.l1 1910.- Depois Senador em 1912 e Governador do Estado do Rio de Janeiro) teria assinado a 1ª Constituição do Rito Brasileiro, definida como tendo o Rito, 33 graus. Entretanto não se confirma esta informação, pois lendo-se todos os Boletins do Grande Oriente do Brasil daquele ano, não existem quaisquer referências ou publicações à respeito. Imaginamos que uma decisão como esta teria que constar no Boletim Oficial daquela Potência quer como Ato ou Decreto.

Entretanto, o que se conseguiu constatar nos Boletins do GOB e em especial o de 11/l919 à página 12, foi que, em reunião do Conselho Geral da Ordem, de 07.11 uma Loja do Rito Brasileiro de Recife comunicava a sua instalação em 26.10, tendo inclusive enviado um lista de sua administração. Ainda no Expediente da reunião de 24.11 foi lida uma Prancha da Loja Provincial do Rito Brasileiro de Recife. Falaram a respeito vários Irmãos, e entre eles o Irmão Octaviano Bastos , que segundo consta, fazia parte do grupo interessado em solidificar o Rito Brasileiro. Entretanto, esta Loja acabou sendo regularizada no rito Adonhiramita, pois não haviam rituais, cobridor do grau, constituição etc..

Em 1921, a Loja “Campos Salles” de São Paulo fundada em 12.01.1921 hoje uma Loja inglesa do Trabalho de Emulação, naquela época dissidente do GOB, mandou imprimir um Ritual que nada mais era que um plágio do Ritual de Emulação (chamado impropriamente de “Rito de York Inglês”) com algumas adaptações, com o nome de Rito Brasileiro. Neste período esta Loja não pertencia ao GOB, porque, segundo consta, teria havido fraude eleitoral no Poder Central, e o Grande Oriente Estadual de São Paulo sentindo-se lesado, em vista de tal problema, tornou-se dissidente, desligando do GOB e, uma vez independente, levou 62 (sessenta e duas) Lojas consigo nessa dissidência. Em verdade, até l92l, não existiam Rituais do Rito Brasileiro, sendo que, para se compilar os três primeiros graus usou-se como base o Ritual de Emulação traduzido por .J.T. Sadler em l920 do inglês e impresso pelo Grande Oriente do Brasil. Estes Rituais foram adotados e aprovados com algumas modificações, pelo Grande Oriente Independente de São Paulo em 26.08.1921, como sendo do Rito Brasileiro. Não se cogitou nesta ocasião dos graus superiores.

A Loja “Campos Salles” após serenados os ânimos voltou ao seio do GOB, porém, trocando de Rito, primeiro para o REAA, logo depois para o Trabalho de Emulação(“York Inglês”) Depois de iniciada a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) voltou-se novamente a falar em Rito Brasileiro. Em Sessão do Grande Conselho Geral do Grande Oriente do Brasil de 22.07.l940 (página 109 do Boletim n° 7 e 8 de Julho e Agosto) na Ordem do Dia, usa da palavra o Capitão Octaviano Bastos e “procede a leitura da Constituição do Rito Brasileiro, a qual é aprovada por unanimidade. O Projeto de Lei obtivera parecer favorável da Comissão de Legislação dispondo:” “O Grão Mestre fica autorizado:

1. A ativar o funcionamento do Rito Brasileiro, de conformidade com sua Constituição, e a iniciar a formação de seu “Conclave”, nomeando os seus primeiros fundadores. 2. A estimular a instalação da primeira Oficina do Rito, dispensando todas as taxas a que estiver sujeita e, bem assim os emolumentos dos três primeiros profanos que nela se iniciarem 3. Conceder favores idênticos ás Oficinas que passarem a funcionar segundo o Rito Brasileiro, dentro do prazo de 180 dias renunciando o regime capitular 4. A providenciar junto ao “Conclave”, para que aos Maçons Capitulares dessas Oficinas sejam concedidos títulos do Rito Brasileiro, correspondentes aos altos graus possuídos, com o fim de constituírem os respectivos corpos”

O Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil, Irmão Joaquim Rodrigues Neves através do Ato 1617 de 03.08.1940 autoriza a organização do Rito. O mentores principais deste movimento foram o Irmão Alvaro Palmeira, que viria posteriormente ser Grão Mestre do GOB e Octaviano Bastos, alem de outros. Realizaram três reuniões em 1940, quatorze em 1941, fundaram um Conclave em 17.02.1941, segundo Octaviano Bastos, constando da ata onze assinaturas como sendo os organizadores do Conclave e Fundadores do Rito. Foram fundadas algumas Lojas, alem de outras que passaram a adotar o Rito, estabeleceram insígnias, colares dos cargos, criaram os aventais, medalhas e usaram aquele já citado Ritual de 1921. Era o novo Rito apesar das dificuldades, se impondo aos poucos, tal qual uma criança que está crescendo.

* Ainda em 1941 foi publicada uma Constituição contendo 19 artigos O Ritual era uma cópia do Rito de York, acrescentando a Palavra de Passe para “Cruzeiro do Sul” e o Rito era então composto de três graus: Aprendiz Companheiro e Mestre e mais quatro títulos de Honra

4º Cavaleiro do Rito 5º Paladino do Dever 6º Apóstolo do Bem Público 7º Servidor da Ordem,da Pátria e da Humanidade

Foi determinado- que estes títulos seriam equivalentes para os visitantes a saber; Cavaleiro do Rito- 4º seria equivalente ao grau 18 Paladino do Dever 5º seria equivalente ao grau 30 Apóstolo do Dever 6º – seria equivalente ao grau 31 Servidor da Ordem da Pátria, e da Humanidade 7º seria equivalente ao grau 33. Em 18.09.1942 em uma Sessão de Emergência no Rio de Janeiro no Rito Brasileiro na Loja “Brasil”, foi iniciado sendo imediatamente elevado ao grau 03, por motivos políticos evidentemente, alem de um outro profano, o Coronel Manoel Viriato Dornelles Vargas, irmão carnal do Presidente Getulio Vargas, o qual tinha um outro Irmão também maçom o Cel. Protasio Vargas. Acresça-se que o pai de Getulio Vargas, o General Manoel Nascimento Vargas, herói da Guerra do Paraguai, e combatente da Revolução Federalista ao lado das forças legalistas, foi iniciado em São Borja no dia 24.08.1876 na Loja “Vigilância e Fé”.

Entretanto, o Grão-Mestre Joaquim Rodrigues Neves posteriormente, por problemas havidos com os mais importantes membros do Rito Brasileiro através dos Decretos 1843,1844 e 1845 datados de Março de 1944 suspende os direitos maçônicos de vários “Servidores da Pátria e da Ordem” e entre eles os do Irmão Alvaro Palmeira, seu Grão-Mestre Adjunto, do Irmão Capitão Octaviano Menezes Bastos, Alexandre Brasil de Araújo, Carlos Castrioto e do Coronel Dilermando de Assis, todos considerados como organizadores e fundadores do Rito em 1940. Estava acontecendo mais uma briga interna no GOB, com situações complexas que não vem ao caso comenta-las. Alvaro Palmeira e seu grupo funda a Grande Loja do Estado do Rio de Janeiro quando em 1948, ele passa a fazer parte do Grande Oriente Unido, outra Potência dissidente a qual foi finalmente incorporada Grande Oriente do Brasil em 22.12.1956. Tudo voltou ao “normal” daí há algum tempo, quando o Irmão Alvaro Palmeira e seus seguidores voltaram ao GOB, e voltaram politicamente fortes.

Somente em 13.03.1968 quando o Irmão Alvaro Palmeira, que sempre batalhou pelo Rito, então Grão-Mestre do GOB, através do Ato 2080 renovou os objetivos do Ato n° l6l7 de l940. Com o apoio agora firme do Grão-Mestre foi mais fácil o Rito ser uma realidade, e começar a crescer. Foi talvez o renascimento do Rito, quiçá considerado por alguns autores como o ano de sua verdadeira fundação. Podemos dizer que a partir daí realmente o Rito começou a se encontrar. Alvaro Palmeira fez as alterações que deveriam ser feitas, deu nova feição aos Rituais com emendas na Constituição e outras providências, nomeou uma comissão de 15 Irmãos com amplos poderes para revisar e reestruturar todo o Rito, para coloca-lo dentro das exigências internacionais para ser tornar um Rito regular, dando-lhe uma abrangência universal, separando os graus simbólicos dos filosóficos. Em 10.06.1968 foi firmado um “Tratado de Amizade e Aliança” entre o GOB e o Supremo Conclave do Rito Brasileiro e ratificado pela Soberana Assembléia Legislativa em 27.07.1968. Em 1973, infelizmente, ocorreu mais uma grave cisão na Maçonaria Brasileira. Após desentendimentos entre a cúpula do GOB e alguns Grão-Mestres Estaduais, cerca de dez Grandes Orientes saíram do GOB, constituindo a hoje chamada COMAB (Confederação da Maçonaria Brasileira).

Após esta cisão, Lojas do Rito Brasileiro dos Grandes Orientes dissidentes ficaram sem cobertura para seus graus filosóficos. Em Cataguases, Minas Gerais em 10.02.l974 foi fundado um Supremo Conclave Autônomo para o Rito Brasileiro pelo Irmão Lysis Brandão da Rocha e mais alguns Irmãos de real envergadura, para dar assistência filosófica às Lojas do Rito em Minas Gerais. Este Supremo Conclave que teve Lysis como seu 1° Grande Primaz foi registrado como personalidade jurídica no Cartório de Registro Geral das Pessoas Jurídicas de Cataguases-Mg. sob o n.º 460 como “Conclave dos Servidores da Ordem e da Pátria – Supremo Conclave Autônomo para o Rito Brasileiro”. Este Supremo Conclave foi fundado pelo menos inicialmente, para atender as Lojas no Estado de Minas Gerais, que estavam a descoberto em seus graus superiores antes de realizar tratados com outros Grandes Orientes de outros Estados.

Desta forma passou existir no Brasil dois Supremos Conclaves. Um ligado ao GOB e outro ligado à COMAB. Entretanto, a bem da verdade, ambos trabalham em prol do engrandecimento do Rito Brasileiro. O Rito Brasileiro não tem o reconhecimento das Grandes Lojas do Brasil. O Supremo Conclave Autônomo de Cataguases fez vários tratados de Amizade com os Grandes Orientes dissidentes regendo atualmente o Rito na COMAB. O Rito Brasileiro hoje, quer no GOB quer na COMAB é o segundo Rito mais difundido entre os Ritos adotados no Brasil. Novas Lojas estão sendo fundadas, a sua maneira harmoniosa de ser executado, os seus propósitos cívicos, morais, históricos e culturais, estão fazendo a cada dia mais adeptos. Ele vem se firmando cada vez mais e vem encontrando sua identidade a qual dentro de mais alguns anos estará completamente formada.

Convém frisar que o Rito Brasileiro é patriótico sem ser nacionalista ou xenófobo. Tanto é verdade que ele prega que “ Constitue um dos altos objetivos do Rito o incentivo e a prática do Civismo em cada Pátria”. Ele desde que adaptado a qualquer país, poderá, poderá ser usado como sendo o Rito daquele país. Os graus superiores do Rito são transparentes, modernos, objetivos, fluentes e lindos. Alem de seu desenrolar ser escrito em linguagem moderna e bastante compreensível, não existe aquela autoimprecação onde o elevando na hora de seu juramento fica chamando sobre si as piores pragas e os maiores e trágicos castigos caso seja considerado um mau adepto. O Rito Brasileiro confia mais na palavra do maçom. A palavra de um Homem tem muito mais valor que um juramento forçado, pueril e ambíguo.

É Um Rito Teísta e a sua concepção de Deus é que ele seja o Supremo Arquiteto do Universo, e não Grande Arquiteto do Universo, pois “grande” não define bem profundidade da idéia de Deus para os maçons do Rito Brasileiro, uma vez que “grande” é um epíteto muito usado freqüentemente para definir coisas imensas. Porem se respeita as concepções de outros Ritos sem quaisquer restrições. Em que pesem os inimigos do Rito Brasileiro, apesar de todos os seus percalços, ele está aí, ele existe, e vai continuar crescendo dentro de seu espaço, sem molestar ou interferir nos outros Ritos, os quais respeita sem contesta-los.

Atualmente o Rito tem trinta e três graus contando com os três primeiros:

Aprendiz, Companheiro e Mestre

Simbólicos:
1)Aprendiz
2)Companheiro
3)Mestre

Filosóficos:
4) Mestre da Discrição
5) Mestre da Lealdade
6) Mestre da Franqueza
7) Mestre da Verdade
8) Mestre da Coragem
9) Mestre da Justiça
10) Mestre da Tolerância
11) Mestre da Prudência
12) Mestre da Temperança
13) Mestre da Probidade
14) Mestre da Perseverança
15) Cavaleiro da Liberdade
16) Cavaleiro da Igualdade
17) Cavaleiro da Fraternidade
18) Cavaleiro Rosa-Cruz ou da Perfeição
19) Missionário da Agricultura e da Pecuária
20) Missionário da Indústria e Comércio
21) Missionário do Trabalho
22) Missionário da Economia
23) Missionário da Educação
24) Missionário da Organização Social
25) Missionário da Justiça Social
26) Missionário da Paz
27) Missionário da Arte
28) Missionário da Ciência
29) Missionário da Religião
30) Missionário da Filosofia. Kadosh Filosófico
31) Guardião do Bem Público
32) Guardião do Civismo
33) Servidor da Ordem da Pátria e da Humanidade

O Rito Maçônico Brasileiro, é na verdade um Rito da Maçonaria Universal que expressa a essência-nuclear dos ensinos da Ordem Maçônica que são puramente Científicos e Filosóficos, o que igualmente beneficia a espiritualidade pessoal e coletiva, já que tudo o que fazemos e aprendemos e que de fato seja certo ou digno, nos beneficia positivamente a nossa Eterna Evolução Intelectual e Espiritual!

www.ritobrasileiroms.org.br ( GOB )

www.guatimozim.org.br ( GOB )

www.conclave.vespersoft.com.br ( COMAB )

www.masonic.com.br ( GOB )

Rito Templário

é um ritual usado por alguns maçons em suas atividades.

Ao contrário do Rito Escocês Antigo e Aceito, que é deísta e foi criado nos E.U.A. no final do século XIX, o Rito Escocês Retificado (RER) é teísta e originou-se na França entre 1773 e 1774 e foi desenvovido em base no Rito da Estrita Observancia Templária. Este rito é diferenciado em relação ao R.·.E.·.A.·A.·. e conta com uma forte bagagem cultural templária, e uma menor ligação com a ordem Rosacruz

Rito de York

É o rito predominante da Maçonaria Norte Americana. Sob sua égide se desenvolveram líderes da sociedade estadudinense nos principios da Liberdade Igualdade e Fraternidade. Estudiosos afirmam que este rito tem origens iluministas.

O Rito de York, por ser teísta, está mais ligado aos países onde os cultos evangélicos predominam, pois o clero desses cultos tem dado à Maçonaria o apoio e o suporte necessário para a sua evolução e crescimento.

O Rito de York foi fundado no ano de 1799, tendo como organizador e fundador principal o Ir Thomas Smith Webb. É justamente este irmão, que deu a estrutura e doutrina filosófica com os seus respectivos procedimentos gerais ao sistema maçônico que pode ser identificado pelo nome genérico de "Rito Americano" ou "Rito de York".

O RITO DE YORK NO BRASIL
O Rito de York chegou ao Brasil através do Grande Oriente Unido, também conhecido por "Grande Oriente dos Beneditinos", com a Washington Lodge, fundada em 19 de novembro de 1874, na cidade de Santa Bárbara do Oeste-SP. Esta Loja "não foi fundada por ingleses, mas, sim, por americanos", depois de terem emigrado para o Brasil, por ocasião da Guerra Civil nos Estados Unidos da América.

Eles eram quase todos, originários do Estado do Alabama".

LOJAS INGLESAS NO BRASIL
A pioneira foi a Orphan Lodge [Loja Órfã], fundada na cidade do Rio de Janeiro, Estado do mesmo nome. O título distintivo da Loja Órfã era alusivo ao fato de ser a única da América do Sul, abaixo do equador, já que acima embora incipiente, existia Maçonaria em Georgetown, capital da Guiana Inglesa, que fora anexada à Grã-Bretânha em 1812, pela convenção de Londres, após a conquista dos territórios holandeses, pelos ingleses. A segunda foi a St. John's Lodge, também na cidade do Rio de Janeiro e a terceira foi Southem Cross Lodge, fundada na cidade do Recife, Estado de Pernambuco, em data não estabelecida, porém instalada em 15 de junho de 1856. Vale ressaltar que as Lojas ora em epigrafe, não trabalhavam no "Rito de York". E sim, no Sistema Ritualístico Inglês. Ou seja, sem nenhuma conotação com o verdadeiro Rito de York, o fundado nos Estados Unidos da América.

Rito de Heredom ou de Perfeiçao

O Rito de Heredom ou Rito de Perfeiçao foi o antepassado do Rito Escocês Antigo e Aceite.

Entre as lendas do início das origens dos Altos Graus aparece o Cavaleiro de Ramsay (André Michél - 1686-1743), homem erudito, nascido na Escócia, partidário dos Stuarts, protegido do Bispo de Fenelon com ligações em todas as cortes da Europa, ao qual atribui-se ter sido o inspirador da criação dos Graus Superiores e ter ajudado a elaboração dos Graus Simbólicos.

O seu famoso discurso que foi escrito em 1737, mas que talvez nunca tenha sido lido em qualquer Loja, ou apresentado em qualquer assembleia de Maçons, podendo até ser apócrifo segundo alguns autores, pois acredita-se que haja pelo menos quatro versões do mesmo, foi distribuído fartamente em todas as Lojas da França e países vizinhos. Neste documento Ramsay faz apologia que a Maçonaria seria originária dos Templários, o que não é verdade, tece comentários pela primeira vez enfatizando hierarquia na Ordem, proclama o ideal maçónico na Fraternidade e num mundo sem fronteiras, tentando impingir uma falsa antiguidade e nobreza à Maçonaria.

Fez uma proposta às Lojas inglesas para acrescentarem mais três Graus aos já existentes (Mestre Escocês, Noviço e Cavaleiro do Templo). A Maçonaria inglesa rejeitou. Estes três Graus teriam sido, segundo Ragon, criados por Ramsay.

Fez uma proposta às Lojas francesas para que se acrescentassem mais sete Graus Suplementares. Também não foi aceito. Mas de qualquer forma a partir daí começaram as introduções templárias e rosacrucianas e os Altos Graus começaram a aparecer. Muitos autores não aceitam este fato, rejeitam a participação de Ramsay. Entretanto, outros, como Ragon, a apoiam.

Segundo Paul Naudon, o fato mais importante acontecido após o polémico discurso de Ramsay, foi a criação do Capítulo de Clermont pelo Cavaleiro de Bonneville em 1754. Os Irmãos que criaram este Corpo pretendiam continuar os mesmos princípios da Loja de Saint-Germian-en-Laye, fundada muito tempo antes, ou seja, praticar os Altos Graus, criando sete Graus e opondo-se à política da Grande Loja da França, a qual seria posteriormente dissolvida em 24.12.1772.

O Capitulo de Clermont teve uma duração efémera, sua existência foi muito curta, mas valeu pelas consequências, pois uma das suas ramificações foi a fundadora do Conselho dos Imperadores do Oriente do Ocidente, Grande e Soberana Loja de Jerusalém, que organizou um Rito de vinte e cinco Graus chamado Rito de Perfeição ou de Heredom. Seus membros, conhecedores de várias tradições místicas e gnósticas antigas, trouxeram para este Corpo Maçónico as influências templárias, rosacrucianas e egípcias, além de se dizerem herdeiros dos Ritos de Clermont e das correntes escocesas de Kilwinning e Heredom. Estava assim decretada a influência esotérica na Ordem. Em 1762, sob os auspícios deste Conselho, foram publicados os Regulamentos e Constituição da Maçonaria de Perfeição, elaborados por nove comissários (Constituição de Bordeaux em 21.9.1762).

Rito Schröder

É um ritual maçônico utilizado amplamente nas Lojas da Alemanha. Criado por FRIEDRICH ULRICH LUDWIG SCHRÖDER, que foi um dos reformadores da Maçonaria Alemã, e submetido aos Mestres de Hamburgo em 29 de junho de 1801, que o adotaram por unanimidade, desde logo, conquistou numerosas Lojas em toda a Alemanha e em outros países, onde passou a ser praticado, principalmente, por maçons de origem alemã e logo recebeu o cognome de seu fundador, RITO SCHRÖDER.

Por sua simplicidade e beleza, o RITO SCHRÖDER tem sido erroneamente conhecido como Rito Escocês Simplificado. Alguns autores, insistem em publicar que o RITO SCHRÖDER teria, afora os três graus simbólicos, mais quatro graus superiores, os quais, entretanto, teriam sido abandonados no decorrer dos anos, outros, atribuem ao seu criador a pecha de “Cagliostro da Alemanha” e afirmam que o seu ritual é místico, eivado de alquimia, magia e outras titulações, totalmente em oposição ao seu propósito.

Diz-se que a Maçonaria apareceu na Alemanha em 1727, com a fundação da Loja “Charles die reunion” (“Carlos a reunião”), no Oriente de Manheim pelo Conde de Schaumburg, Irmão Albrecht Wolfgang. Contudo a Loja, trabalhou a descoberto, não tendo registro de reconhecimento. O nome francês pode ter sido a causa. A Loja número um da Alemanha é a Loja “Absalon Zu Den Drei Nesseln Nº 1” (“Absalon às Três Urtigas”) de Hamburgo, fundada em 06 de dezembro de 1737 com o nome de Loge d’ Hambourg e assim denominada até 1743. Loja na qual Frederico, o Grande, foi recebido. Esse evento foi um sinal. Em seguida, novas Lojas foram fundadas em todas as cidades maiores da Alemanha dando vigor à Maçonaria Alemã.

Foi o Barão de von Hundt, que em 1764 estabeleceu firmemente a influência dos Templários dentro da tradição maçônica e divulgou nas Lojas Alemãs as práticas do Capítulo de Clermont, sob o título de “Strike Observanz” ou “Rituais Latinos da Estrita Observância”, também conhecido como “Observância Rigorosa”. Esta prática ressuscitara a Antiga Cavalaria que com seus coloridos e sugestivos graus, trouxe com elas todas as adulterações que, de forma crescente, tiveram ingresso aos ensinamentos puros do Antigo Ritual Inglês, desviando a Maçonaria e os maçons do seu simbolismo de origem. Esta época foi denominada como o “grande desvio”.

Estes distúrbios levaram , em 1775, a realização de uma Convenção em Wiesbaden e outra, em 1782, em Wilhelmsbad, próximo à Hanau, quando foi fixado como objetivo da Maçonaria alemã, o aperfeiçoamento moral em base da religião cristã; porém simultaneamente também a ainda não completamente apagada preferência pela coletividade de cavaleiros (isto é, nobreza), fundava um novo grau – “Cavaleiros da Beneficência”. Neste sistema de Wilhelmsbad ou sistema “Escocês Retificado” mesmo os sóbrios e democráticos Irmãos de Hamburgo não se abstiveram de desfilar como “Muito Excelente Cavaleiro Templário”.

Foi este estado de declínio do Rito da Estrita Observância que inspirou ao Irmão Friedrich Ulrich Ludwig SCHRÖDER em dar um novo Ritual à Maçonaria Alemã que, segundo suas intenções e concepções representasse uma Maçonaria Humanista.

Em 1789, diante da febre de reformas que se apodera da Maçonaria Alemã, quando as Lojas de Hamburgo alteraram as cerimônias, símbolos e insígnias, o Irmão SCHRÖDER sentiu que este caminho seria a ruína da Instituição e apôs-se tenazmente aos reformistas, com seus propósitos.

Convencido da necessidade urgente de reformular a Maçonaria Alemã, através do restabelecimento da prática da verdadeira e antiga Maçonaria, SCHRÖDER começou em Hamburgo, em 1790, a elaborar um novo ritual para a Grande Loja Provincial da Baixa-Saxônia, subordinada à Grande Loja de Londres, isto é a Grande Loja dos Modernos como assim diziam os que se intitulavam “Antigos”, que não possuía um Ritual escrito em inglês com um texto autêntico.

A reação de SCHRÖDER fez com que os maçons de Hamburgo verificassem que havia necessidade de expurgar todas as excentricidades e vícios que estavam desnaturalizando a Maçonaria. e, criando uma “Comissão de Estudos”, confiaram-lhe a presidência da mesma. Isso levou-o a abolir todos os enxertos que já tomava de assalto a Maçonaria Alemã.

Perseverante, estudioso e incansável, SCHRÖDER baseou todo o seu trabalho sobre o texto de “Three Distinct Knocks...”,.

Ele sentia profundamente que princípios éticos e morais eram a essência da Maçonaria e ele os formulava com grande cuidado e em colaboração com os mais educados maçons do seu tempo. Isto dá ao seu Ritual um caráter particular próprio, expressando tendências espirituais da Alemanha por volta do século XVIII. A tendência para a Maçonaria Cavalheiresca ou Templária com um forte conteúdo Cristão – e mesmo Católico Romano, tinha desaparecido, bem como todos os elementos de esoterismo e ocultismo que dominavam a Maçonaria da sua época, restaurando o Antigo Ritual Inglês, adaptando-o porém para a cultura e para o idioma germânico Fortaleceu-se a tendência de que moral elevada e princípios éticos deveriam ser as essências características da Arte Real.

Em 29 de junho de 1801, na magnífica sessão em que os Veneráveis Mestres das Lojas de Hamburgo aprovaram por unanimidade o novo Ritual, estava na verdade reunida a Grande Loja Provincial de Hamburgo e da Baixa-Saxônia, no que hoje chamaríamos de Assembléia Geral. Este fato por si só atesta a regularidade e a importância que o novo Ritual teve já no seu nascimento oficial. Seu idealizador, o Irmão Friedrich Ulrich Ludwig SCHRÖDER, ocupava o cargo de Deputado do Grão-Mestre, que era o maçom ilustre e celebrado Dr. Beckmann, e as Lojas de Hamburgo o adotaram por unanimidade. Depois de mais uma revisão de certas passagens, que não tinham concordâncias com a cerimônia, foi impressa uma edição limitada para todas as Lojas de Hamburgo. Desta edição existe somente uma cópia pertencente a uma Loja na cidade de Celle, cujo exemplar felizmente tem sido possível estudar. Por sua simplicidade e beleza, desde logo conquistou numerosas Lojas em toda a Alemanha e em outros países, onde passou a ser praticado, principalmente, por maçons de origens alemãs e logo recebeu o cognome de seu criador - RITO SCHRÖDER.

O RITO SCHRÖDER realmente ocupa uma posição de destaque entre os Ritos Maçônicos pela concordância com o Rito da Grande Loja Mãe da Inglaterra, pela eliminação de todos os adiantamentos inseridos no final do século XVIII, pelo espírito puro de humanismo, presente em seu cerimonial, e pelo brilho da linguagem clássica do alemão.

É um rito muito simples e trabalha, como o de York, apenas na chamada pura Maçonaria ou seja, na dos três graus simbólicos, já que não possui Altos Graus.

OS GRAUS SIMBÓLICOS
1 - Aprendiz 2 - Companheiro 3 - Mestre O rito Schröder não possui graus filosóficos.

Rito Escocês Retificado ou de Willermoz

O Rito Escocês Retificado é também conhecido como Rito de Willermoz, em alusão ao seu criador, Jean Baptiste de Willermoz (Lyon,1730- Lyon,1824), que foi iniciado na maçonaria aos 20 anos de idade em uma loja que funcionava sob os auspícios da Estrita Observância Templária.

A intenção de ter um Rito Escocês Retificado seria trazer de volta antigas influências dos Cavaleiros Templários, como um rito de cavalaria, também de um antigo rito chamado Rito de Heredom. Segundo Willermoz o Rito havia se descaracterizado com o tempo, perdendo assim sua identidade original como um Rito de Cavaleiros.

Foi relançado nas suas bases atuais, graças ao trabalho incansável de Jean-Baptiste Willermoz, que mantinha relações com maçons de toda a Europa, principalmente com os Irmãos mais qualificados de todos os ritos.

Ele passou a vida inteira reunindo todo o tipo imaginável de documentos, rituais e instruções, buscando alcançar a essência da iniciação maçônica.

O sistema maçônico que o interessava de imediato, foi o da Estrita Observância Templária, em razão das origens templários que esse sistema atribuía à Maçonaria e por sua organização em forma de ordem de cavalaria.

ORIGENS MAÇÔNICAS DE WILLERMOZ
Jean-Baptiste Willermoz era muito estimado pelos seus discípulos, principalmente pelas maneiras cordiais, amigáveis e sedutoras. Ele tinha como profissão profana a fabricação e comércio de artigos de seda, sendo ainda um grande proprietário de imóveis na cidade de Lyon, no centro da França.

Desde jovem, conseguiu reunir em torno de si um grupo de homens devotados à causa espiritual, tais como: Louis Claude de Saint-Martin, Joseph de Maistre, Martinez de Pasqually e o famoso Conde de Saint-Germain, alguns companheiros de estudos, outros seus próprios mestres.

Claude Catherin Willermoz foi seu pai, que por tradição também se dedicava à produção de tecidos; sua irmã Claudine foi iniciada nas ordens externas e o seu irmão mais novo, o médico Pierre-Jacques Willermoz foi iniciado em todas as ordens e jogou um papel importante na afirmação de Lyon como centro maçônico importante.

Jean-Baptiste Willermoz iniciou-se na Maçonaria em 1750. Com 20 anos de idade e já em 1752 era Venerável Mestre da sua loja e um ano mais tarde fundou a loja ";A Perfeita Amizade", que desempenhou um papel muito importante mais tarde. Em 1756 obteve a filiação da sua loja na Grande Loja da França. Em 1760, com 30 anos de idade, fundou uma segunda loja: "Os Verdadeiros Amigos"; juntamente com o Venerável da sua primeira loja: "A Amizade";, o irmão Jacques Irenée Grandon.

Nesse mesmo ano, as três lojas AMIZADE, A PERFEITA AMIZADE, e os VERDADEIROS AMIGOS, sob a coordenação de Willermoz, fundam a GRANDE LOJA DOS MESTRES REGULARES DE LYON, que recebeu Grandon como o seu primeiro presidente. Esses maçons tinham como objetivo a volta às suas origens primitivas.

Willermoz torna-se Grão Mestre em 1761, reelegendo-se em 1762, mas desinteressou-se em seguida, devido ao aumento das tarefas administrativas. Além disso, ele estava desgostoso com a banalidade dos trabalhos maçônicos o que o induziu a fundar o Capítulo dos ";CAVALEIROS DA ÁGUIA NEGRA", onde recrutava os melhores elementos de todas as lojas da cidade.

Willermoz ensinava no seu Capítulo que, para encontrar a pedra cúbica, que contém em si todos os dons, virtudes ou faculdades, era necessário encontrar o princípio da vida que os Adeptos chamam Alkaeter. Esse espírito tem a faculdade de purificar o ser anímico do homem, prolongando sua vida.

Ele também tem a virtude de transformar os vis metais em ouro. Esse espírito encontra-se nos três reinos da natureza e cabe ao homem encontrar a maneira de manipulá-lo. Eles ensinavam que a pedra bruta representava a matéria disforme que devemos preparar; a pedra cúbica com ponta piramidal representava a matéria desenvolvida pela tríplice ação do Sal, do Enxofre e do Mercúrio.

O portador do terceiro grau possuía duas jóias, uma era o emblema dos três reinos da natureza que entra no trabalho de preparação da Grande Obra, a outra era o Pantáculo de Salomão, de sorte que o iniciado deveria portar em si toda a ciência cabalística. Entretanto, Willermoz logo desinteressou-se do Capítulo da Águia Negra, pelas seguintes razões: primeiro porque a base de simbolismo já era do seu pleno conhecimento e havia conseguido formar Mestres capazes de continuar esse trabalho de instruir o s maçons do capítulo; segundo porque encontrou Martinez de Pasqually em 1767, quando tinha 37 anos de idade. Martinez, que como se sabe, foi o fundador da Ordem dos Cavaleiros Maçons Elus Cohens do Universo, sistema operativo, cujo ensinamento marcou profundamente o espírito de Willermoz.

A DOUTRINA DE MARTINEZ E O GRANDE TEMPLO DE LYON
Os maçons de Lyon, embora perseverantes no seu trabalho, não possuíam, uma doutrina sintética, que lhes assegurasse o objetivo dos seus trabalhos. A doutrina exposta por Martinez encaixou como uma luva nas mãos laboriosas dos maçons ocultistas de Lyon, cujo chefe era Jean-Baptiste Willermoz.

Tal doutrina comportava a revelação de verdades primordiais, comunicadas outrora a alguns seres privilegiados, e em sua síntese, ensinava a maneira de transpor a barreira que separa o Homem da Divindade.

Martinez trazia a mensagem de uma tradição oculta, conservada alegoricamente nas Escrituras Sagradas, sob o véu dos símbolos, transmitida através dos tempos pelas Sociedades Secretas. A Maçonaria tinha perdido a chave dessa tradição, que foi reencontrada por Martinez e por ele retransmitida nos seus rituais.

A sua doutrina explicava que a história da humanidade se resumia nas conseqüências do pecado original e na subdivisão do Homem Primitivo. A Divindade emanou Adão para que fosse o guardião da prisão onde tinha colocado os anjos rebeldes. Adão, revestido de uma forma "gloriosa"; comandava toda a criação. Mas, seduzido pelos Espíritos perversos, Adão quis ter a sua própria posteridade "espiritual";.

Entretanto, a criação de Adão não resultou senão numa forma material (Eva), que constituiu sua própria prisão futura. Essa condição o privou da comunicação com a Divindade e o expôs aos ataques dos espíritos perversos, dos quais ele era anteriormente o Mestre.

A posteridade de Seth poderá obter sua reconciliação e entrar em contacto directo com a Divindade, após ter percorrido todas as esferas superiores do mundo celeste.

Willermoz foi iniciado por Martinez em Versailles, perto de Paris, no Equinócio de Março de 1767, quando este instalou o seu Tribunal Soberano de Paris. Willermoz tinha sido apresentado por Bacon de la Chevalerie e o Mestre logo reconheceu em Willermoz um futuro adepto, um continuador da sua doutrina, motivo pelo qual não pode conter as lágrimas, sobretudo, porque via nessa iniciação a prova da sua reconciliação com a Divindade. Nesse mesmo ano, Willermoz foi recebido como membro não residente do Tribunal Soberano e a sua correspondência com o Mestre durou cinco anos.

Entretanto, durante esse período não obteve nenhuma luz, o que quase induziu Willermoz a abandonar a Ordem, apesar de Martinez lhe dizer que o desenvolvimento das qualidades espirituais, não vinha de um dia para o outro, e que somente o tempo e a perseverança na iniciação lhe poderia oferecer os resultados esperados.

Divindade, nada lhe será dado. Somente a graça da reconciliação do Pai dará a potência e o poder ao filho. A luz não é dada ao curioso, ao apressado; o Altíssimo a concede ao Homem submisso aos seus mandamentos e que pratica a sua justiça.

O Elus Cohen deveria seguir rigorosamente o ritual teúrgico e renunciar a tudo o que existe neste baixo mundo, e resignar-se a receber a graça no seu devido tempo. Esta virá, a partir de um trabalho constante, quando menos se espera. A preguiça, ou a impureza de um único membro durante os trabalhos, prejudica todo o trabalho coletivo dos grupos operativos.

Willermoz compreendeu rapidamente estas premissas e trabalhou de corpo e alma, não somente na sua regeneração pessoal como também com o objetivo de estender essa doutrina à Maçonaria, fazendo novos adeptos para a Ordem. Foi por essa razão que buscou a aliança com os maçons alemães da Estrita Observância Templária, isentos dos objetivos políticos e vingativos dos maçons Franceses.

OS DIRETÓRIOS ESCOCESES NA FRANÇA
O regime Escocês Rectificado originou-se da introdução na França, dos diretórios escoceses em 1773 e em 1774 pelo Barão de Weiler, que retificou certas lojas existentes em Estrasburgo segundo o rito da Estrita Observância Templária da Alemanha, cujo Grão-Mestre da loja de Saxe (região da Alemanha Oriental) era o Barão de Hund. Após uma longa troca de correspondências com Willermoz, Weiler instalou em 1774 em Lyon o primeiro Grande Capítulo da região e colocou Willermoz como chefe ou delegado regional.

Nesse mesmo ano, outros diretórios foram constituídos em Montpellier e em Bordeaux, cidade onde residia Martinez. O sistema era constituído por 9 graus, consistindo de três classes:

1a classe: Aprendiz, Companheiro e Mestre
2ª classe: Escocês vermelho e Cavalheiro da Águia Rosa Cruz
3a classe: (ordem interna): Escocês verde; Escudeiro noviço; Cavalheiro e Professos.

Os Professos eram considerados SUPERIORES INCÓGNITOS, pois não eram conhecidos dos membros da Ordem. O seu chefe, que mais tarde tornou-se conhecido, era o Duque Ferdinando de Brunswick, que possuía o título de Grande Superior da Ordem.

O CONVENTO DE GAULES (LYON, 1778)
O sucesso das lojas do Rito Escocês Rectificado foi total na França, principalmente porque elas eram oriundas das tradições templárias e sobretudo porque os seus chefes eram nobres autênticos, príncipes, duques, barões e as iniciações eram muito seletiva. Nessa mesma época, estava-se instalando o Grande Oriente da França, que fez questão de agrupar os Diretórios Escoceses sob sua égide e um tratado foi assinado nesse sentido. Esses diretórios não tinham uma direção central na França e uma união era preconizada por todos. Entretanto as desavenças em vez de diminuírem, aumentaram. O próprio Willermoz escreveu ao Príncipe Charles de Hesse, queixando-se que Weiler não conhecia nada sobre "as coisas essenciais";.

O grande superior Ferdinando de Brunswick procurava desesperadamente a doutrina e a coesão que faltava. Os Lyoneses detinham há 11 anos o sistema de Martinez de Pasqually, doutrina que poderia interessar aos Diretórios. Willermoz e Louis Claude de Saint-Martin de maneira muito oculta, prepararam as coisas com cuidado.

Eles conseguiram iniciar Jean de Turkeim e Rodolphe de Salznan na Ordem dos "Elus Cohens" homens de grande importância no seio da Estrita Observância Templária do Diretório de Estrasburgo. E esses dois homens desempenharam um papel muito importante quando os ocultistas de Lyon apresentaram a sua proposta dos conventos que iriam realizar no futuro. Com os espíritos preparados, segundo a doutrina de Martinez, os Lyoneses convocaram o CONVENTO DE GAULES em 1778, em Lyon. As grandes figuras da Estrita Observância Templária estiveram presentes em Lyon, mas preocuparam-se essencialmente com o futuro administrativo da Maçonaria. Willermoz demonstrou, desde logo, que a preocupação deveria nortear-se sobre o verdadeiro objetivo da Maçonaria, suas diretivas de estudos que deveriam orientar-se na busca da Divindade.

No transcurso dos trabalhos, decidiram distinguir as lojas simbólicas das lojas da Ordem Interior e substituir por Cavaleiro Benfeitor da Cidade Santa a palavra Templário. Os rituais apresentados pelos Lyoneses foram aprovados, assim como as instruções secretas de Willermoz, tiradas do "Tratado da Reintegração dos Seres Criados"de Martinez de Pasqually. O objetivo primeiro da Maçonaria seria comunicado somente aos iniciados nos dois últimos graus, os de "Professo" e do "Grande Professo". A denominação de Superior Incógnito, que tinha sido condenada anteriormente, foi ressuscitada no convento, e era designada àqueles portadores de alta doutrina da Ordem. Entretanto, o verdadeiro objetivo da Maçonaria, permanecia desconhecido por todos aqueles que não tinham entrado realmente dentro da iniciação, embora portassem títulos de nobreza e mesmo os altos graus do "Rito Escocês Rectificado". Além disso, havia várias tendências maçônicas e de outras sociedades espiritualistas que colocavam uma grande confusão nas mentes dos vários grupos maçônicos, oriundos de regiões diferentes. Havia assim, a necessidade da realização de um outro convento.

CONVENTO DE WILLELMSBAD DE 1782
Foi assim que quatro a nos mais tarde, em 1782, se realizou outro em Willelmsbad, com um número maior de participantes em relação àquele efetivado na cidade de Lyon em 1778. As reuniões duraram 45 dias e lá estavam presentes Willermoz e Saint-Martin, bem como, representantes dos Filaletes, dos Iluminados da Baviera, etc, todos ligados à Estrita Observância Templária.

A diversidade de idéias e de opiniões, impediu que se chegasse a um denominador comum e que se definisse com precisão a doutrina da Ordem. Desta maneira, acabou-se mantendo as mesmas resoluções do Convento de Lyon, inclusive a doutrina de Martinez. Abandonou-se a pretensão da descendência direta dos Templários, evocando-se, entretanto uma filiação espiritual, oriunda do Mundo Invisível.

Os rituais foram modificados substancialmente, diferenciando o sistema da Maçonaria Tradicional.

Esta é a razão pela qual o sistema foi denominado de RITO ESCOCÊS RETIFICADO.

Rito Escocês Antigo e Aceito - R.·.E.·.A.·.A.·.

O Rito Escocês Antigo e Aceito ou R.·.E.·.A.·.A.·. é um Rito dentro da Maçonaria, que deriva do Rito de Heredom e da época da fuga dos Cavaleiros Templários para a Escócia. Ligados ao Antigo Testamento e à lenda de Hiram (lenda base da Maçonaria simbólica) julga-se que alguns dos ritos descritos eram praticados por outras ordens secretas existentes em França como os Martinistas, na Alemanha como os Illuminatti ou os Rosa-Cruz e na Escócia como os Templários (estes refugiados nesse país depois da sua perseguição nos Grêmios ou Lojas da classe profissional dos Pedreiros Livres aí existentes).

O rito é composto de três graus simbólicos e trinta filosóficos.

Existe muita controvérsia sobre a influência templária no R.·.E.·.A.·.A.·., mas os mais atuais estudos, feitos por Nicola Aslan e José Castellani em seus diversos livros, nos dão conta de que o templarismo não influenciou o R.·.E.·.A.·.A.·. propriamente dito mas sim ao Rito de Perfeição ou de Heredom, sob a pena de Andrew Ramsay, cavaleiro escocês que protagonizou a criação deste rito em solo francês, ocasião em que proferiu dois discursos de grande repercussão a respeito do assunto. O Rito de Perfeição ou de Heredom foi por esse motivo o ponto de partida para o R.·.E.·.A.·.A.·. mas este sofreu vastas modificações até se ter tornado no que é hoje.

Geridos pelas Obediências Maçônicas, cada um dos três primeiros graus apresenta de forma paulatina ensinamentos básicos simbólicos aos iniciados maçons no almejado aprimoramento moral e espiritual. Quando os maçons atingem o 3.º Grau, diz-se que estão em pleno gozo de suas prerrogativas maçônicas, uma vez que originalmente a Grande Loja Unida da Inglaterra trabalhou sucessivamente com dois (Aprendiz e Mestre) e depois com três graus que ensinavam a parte da filosofia base da simbólica maçônica.

Os graus referidos como Filosóficos, são graus elevados e em número de trinta, onde a filosofia e a moral são estudadas simbolicamente, em cada grau, com lendas ou mitos a estes associados.

Os graus elevados Filosóficos são geridos por vários Supremos Conselhos, que têm como objectivo manter a uniformidade mundial dos rituais e dos métodos utilizados.

Existe também o Rito Escocês Retificado, também chamado de Rito de Willermoz em alusão ao seu idealizador, Jean Baptiste Willemoz, que tencionava trazer de volta o rito às suas origens templárias com fortes ecos no Rito de Perfeição ou de Heredom, do qual deriva o Rito Escocês Antigo e Aceito.

GRAUS DO REAA
Simbólicos ou Tradicionais
01) Aprendiz
02) Companheiro
03) Mestre

Lojas da Perfeição ou Filosóficos
04) Mestre Secreto
05) Mestre Perfeito
06) Secretário Íntimo ou Mestre por Curiosidade
07) Preboste e Juiz ou Mestre Irlandês
08) Intendente dos Edifícios ou Mestre em Israel
09) Cavaleiro Eleito dos Nove Mestre Eleito dos Nove
10) Cavaleiro Eleito dos Quinze ou Ilustre Eleito dos Quinze
11) Sublime Cavaleiro dos Doze ou Sublime Cavaleiro Eleito
12) Grão-Mestre Arquitecto
13) Cavaleiro do Real Arco (de Enoch)
14) Grande Eleito da Abóboda Sagrada de Jaime VI ou Grande Escocês da Perfeição ou Grande Eleito ou Antigo Mestre Perfeito ou Sublime Maçom[1]

Capítulos
15) Cavaleiro do Oriente ou da Espada
16) Príncipe de Jerusalém (Grande Conselheiro)
17) Cavaleiro do Oriente e do Ocidente
18) Cavaleiro ou Soberano Príncipe Rosa-Cruz

Areópagos
19) Grande Pontífice ou Sublime Escocês de Jerusalém Celeste
20) Soberano Príncipe da Maçonaria ou Mestre "ad Vitam" ou Venerável Grão-Mestre de todas as lojas
21) Cavaleiro Prussiano ou Noaquita
22) Cavaleiro Real Machado ou Príncipe do Líbano
23) Chefe do Tabernáculo
24) Príncipe do Tabernáculo
25) Cavaleiro da Serpente De Bronze
26) Príncipe da Mercê ou Escocês Trinitário
27) Grande Comendador do Templo ou Soberano Comendador do Templo de Salomão
28) Cavaleiro do Sol ou Príncipe Adepto
29) Grande Cavaleiro Escocês de Santo André da Escócia ou Patriarca dos Cruzados ou Grão-Mestre da Luz
30) Grande Inquisidor, Grande Eleito Cavaleiro Kadosh ou Cavaleiro da Águia Branca e Negra

Administrativos
31) Grande Juiz Comendador ou Grande Inspetor Inquisidor Comendador
32) Sublime Cavaleiro do Real Segredo ou Soberano Príncipe da Maçonaria
33) Soberano Grande Inspector-Geral.

Rito Moderno

É um Rito utilizado por maçons, com grande difusão e prática no continente europeu, onde é conhecido usualmente por Rito Francês e também por Rito Francês ou Moderno.

O NOME
O nome deve-se à adoção do Ritual da "primeira" Grande Loja de Londres, dita dos Modernos (conhecem-se os rituais desta primeira Grande Loja, através duma obra publicada em 1730 com o nome de "Masonry Dissected" e que provocou enorme escândalo e alarido na epoca ao revelar publicamente estes rituais) e que foi traduzido para utilização das primeiras Lojas Simbólicas em França, assim o Rito dos "modernos" é traduzido para francês e passa a denominar-se, por facilidade e abreviação de Rito Francês ou Rito Moderno (neste ultimo caso nos países anglo-saxónicos e na américa latina), em vez de Rito Francês ou Moderno, como é a sua designação correcta, principalmente a partir de 1801, quando o Grande Oriente de França publica o "Régulateur du Maçon" para utilização nas Lojas Simbólicas.

Se citamos uma "primeira" Grande Loja, é porque na maçonaria Inglesa se vai assistir em 1751 ao aparecimento de uma "segunda" Grande Loja, esta Grande Loja, dita dos "Antigos Maçons" apresenta-se como congregando os Maçons fiéis aos "antigos costumes", entre outras coisas critica a "primeira" Grande Loja, dita dos "Modernos", por introduzir inovações e modificações aos Rituais nomeadamente para despistar os profanos que eventualmente tenham lido o livro "Masonry Dissected", estas rivalidades e as suas querelas ou controvérsias bem como os anátemas entre estas duas Grandes Lojas, fazem parte da história da maçonaria Inglesa até 1813, data a partir da qual se fundem, não na sua totalidade, sob a pressão do poder político para criarem a actual Grande Loja Unida de Inglaterra.

OS ALTOS GRAUS
Durante os cerca de cinquenta anos (entre 1735 e 1785) em que a Maçonaria se expandiu em França, fundaram-se e desenvolveram-se inúmeras Lojas e Capítulos estes ultimos constituíam indiscriminadamente Altos Graus, muitas vezes estes Altos Graus só eram praticados numa cidade ou então apenas por um conjunto limitado de Lojas da mesma cidade.

Aquando do Convento de 1773, no qual a primeira Grande Loja de França, fundada em 1738, muda o seu nome para o actual Grande Oriente de França, instituindo-se a si mesma como uma federação de Lojas e de Ritos entre outras medidas adoptadas nos trabalhos históricos desse Convento (que se realizou recorde-se vinte anos antes à Revolução Francesa) põe-se cobro à inamovibilidade dos Veneráveis Mestres das Lojas (prática comum na epoca) instaurando-se o principio da eleição para os diferentes cargos e instaura-se igualmente o direito de representatividade das Lojas, cujos Representantes (chamados de Delegados ou Deputados), vêm a constituir o Convento (que era e continua a ser o órgão legislativo desde então) do Grande Oriente de França.

Consciente da necessidade de estabelecer a sua própria doutrina dos Altos Graus e para pôr cobro à proliferação indiscriminada das centenas de Graus e de rituais então existentes, o Grande Oriente de França vai criar em 1782, uma Câmara de Altos Graus, através duma circular publicada em 1784, esta circular estabelece a reunificação de sete Soberanos Capítulos Rosa-Cruz, criando uma nova instituição denominada Grande Capítulo Geral de França, que tem como finalidade "ser a Assembleia Geral de todos os Soberanos Capítulos que existem ou que venham a existir regularmente em França" e que "não afiliará no seu seio nenhum Soberano Capitulo que não seja portador de constituições outorgadas pelo Grande Oriente de França"

Este Grande Capítulo Geral, sob a orientação e dinamização de Roettiers de Montaleau, seu Grande Orador, vai efectuar a análise e o estudo de uma centena de graus que existiam na epoca e vai redigir um Ritual próprio consoante a sua respectiva afinidade ritualistica simbólica e filosófica, a este agrupamento de diferentes graus da mesma "família filosófica maçónica", vai dar-se-lhe o nome de Ordens, sendo que o Convento de 1786, reunindo com o Grande Capítulo Geral, confia a este, a administração dos Capítulos que trabalham num grau "superior" ao terceiro.

ORDENS DE SABEDORIA
Assim o conjunto da Alta Maçonaria Filosófica deste rito, compreende cinco Ordens de Sabedoria, a saber:
1ª Ordem: Eleito ou Eleito Secreto;
2ª Ordem: Grande Eleito ou Grande Eleito Escocês;
3ª Ordem: Cavaleiro Maçónico ou Cavaleiro do Oriente;
4ª Ordem: Soberano Príncipe Rosa-Cruz, Cavaleiro da Águia e do Pelicano ou Perfeito Maçónico Livre;
5ª Ordem: Ilustre e Perfeito Mestre.

EVOLUÇÃO HISTÓRICA POSTERIOR
Depois do Convento de 1786 foi desenvolvido na época e intensamente as actividade das Ordens de Sabedoria ou dos Altos Graus do Rito Francês, espalhando-se por toda a França e pelas colonias francesas, pela Bélgica e todos os países que pertenciam à área de influencia continental francesa, incluindo Portugal e Espanha que por sua vez a passam para os países latino-americanos, inclusive para o Brasil.

Este impeto esmoreceu progressivamente, no decorrer da segunda metade do século XIX, principalmente em França.

IMPLANTAÇÃO EM PORTUGAL E NO BRASIL
Em 1802, Hipólito José da Costa trouxe de Londres e de Paris a Carta Patente necessária para o funcionamento do Grande Oriente Lusitano, sendo dois anos mais tarde assinado um Tratado de Amizade com o Grande Oriente de França, o mesmo é assinado, por parte do Grande Oriente Lusitano, pelo membro de nome simbólico Egas Moniz, Cavaleiro Rosa-Cruz, o que pressupõe que as Ordens de Sabedoria do Rito Francês já existiam anteriormente em Portugal, no seio do Grande Oriente Lusitano embora não existam documentos que abonem nesse sentido, mas a Constituição do Grande Oriente Lusitano de 1806, refere-se explicitamente, nos seus Capítulos IIIº e XIIIº, às diferentes Ordens e Capítulos do Rito Francês o que pressupõe a existência dum "Soberano Grande Capítulo de Cavaleiros Rosa-Cruz", assim como de vários Capítulos em território português e nas então colónias.

No início do século XIX, o Grande Oriente do Brasil, a primeira Obediência brasileira, foi fundada em 1822, adotando o Rito Moderno, antes do Rito Escocês que só seria introduzido em 1832.

REFORMA DOUTRINÁRIA
Em 1877 houve a grande reforma doutrinária que suprimiu a obrigatoriedade da crença em Deus e da imortalidade da alma, não como uma afirmação do ateísmo, mas por respeito à liberdade religiosa e de consciência, já que as concepções religiosas de uma pessoa devem ser de foro íntimo, não devendo ser impostas. O Grande Oriente de França, que acolheu a reforma, queria demonstrar com isso o máximo de escrúpulos para com os seus filiados, rejeitando toda e qualquer afirmação dogmática. Essa atitude provocou uma rápida reação da Grande Loja Unida da Inglaterra que rompeu com o Grande Oriente de França. O caso envolveu não apenas uma questão doutrinária como ainda político-religiosa. É muito importante entender, que o Rito Maçônico Moderno ou Francês em conjunto com o Rito Maçônico Brasileiro, são ritos da maçonaria muito sofisticados e científicos, que expressam a mais verdadeira e cristalina essência da Ordem dos Maçons.

Rito Emulation ou Craft Works

Ritual mais antigo da maçonaria, surgiu na Inglaterra ainda no século XV, tendo muitas variações ao longo do tempo, no século XVIII com a criação da Grande Loja da Inglaterra, o mesmo foi regulamentado, com a união das lojas de York e de Londres, tomou características semelhantes as atuais.

O Emulation, embora seja multi-religioso é de forte tendência cristã, ao contrário do Rito Escoçês que possui tendências judaicas. No Brasil era errôneamente chamado de Rito de York Inglês. Este ritual tem apenas 3 graus incluindo o Real Arco, enquanto outros Ritos possuem 14 ou até mesmo 33 graus.

Se considerado junto ao York Americano, que é muito semelhante nos três primeiros graus, representa mais de 85% da maçonaria mundial. No Brasil este rito possui poucos adeptos, sendo o mais forte o Rito Escoçês Antigo e Aceito.

Os Ritos

De fato, é um laurel da Maçonaria Brasileira a Pluralidade de Ritos, porque o exercício de Ritos Regulares faz com que a nossa Obediência abrigue, generosamente, as várias correntes Filosóficas e Doutrinárias do Mundo Maçônico, desde o Agnosticismo até o Teísmo. Seria um atentado à História e à Justiça se, em obediência a imposições ilegítimas e alienígenas, criássemos agora obstáculos aos Ritos"
(Álvaro Palmeira, Grão-Mestre Geral do Grande Oriente do Brasil - 1963/1968)
A GÊNESE DOS RITOS
Conceituamos rito como sendo um cerimonial próprio de um culto ou de uma sociedade, determinado pela autoridade competente; é a ordenação de qualquer cerimônia e, por extensão, designa culto, religião ou seita. Maçonicamente é a prática de se conferir a Luz Maçônica a um profano, através de um cerimonial próprio. Em seiscentos anos de Maçonaria documentada, uma imensidade de ritos surgiram. Mas, de 1356 a 1740, existiu um rito apenas, ou melhor um sistema de cerimônias e práticas, ainda sem o título de Rito, que normatizava as reuniões maçônicas. Somente a partir de 1740 é que uma infinidade de ritos varreu o chão maçônico da Europa. Para evitar heresias, um Rito deve ter conteúdo que consagre algumas exigências bem conhecidas: o símbolo do Grande Arquiteto do Universo, o Livro da Lei, o Esquadro e o Compasso sobre o altar dos juramentos, sinais, toques, palavras e a divisão da Maçonaria Simbólica em três graus. Não há nenhum órgão internacional para reconhecer ritos. Acima do 3º Grau, cada Rito estabelece sua própria doutrina, hierarquia e cerimonial.

Um rito maçônico, usando simbolismo próprio, é um grande edifício. Deve ter projeto integrado, dos alicerces ao topo. Cada rito possui detalhes peculiares. A linha maçônica doutrinária, em cada Rito, deve ser contínua, dos graus simbólicos aos filosóficos. Cada Rito é uma Universidade doutrinária.

OS RITOS PRATICADOS NO BRASIL
Conforme observamos, existem muitos Ritos Maçônicos praticados em todo o mundo. No Brasil, especificamente, são praticados seis, alguns deles reconhecidos e praticados internacionalmente e outros com valor apenas regional. São eles, o Rito Schröeder ou Alemão (pouco praticado no Brasil), o Rito Moderno ou Francês, o Rito de Emulação ou York (o mais praticado no mundo), o Rito Adonhiramita, o Rito Brasileiro e o Rito Escocês Antigo e Aceito (o mais praticado no Brasil).